
Uma jovem de 18 anos foi presa na manhã desta quarta-feita (29) suspeita de mandar matar a própria avó, de 67 anos, no último dia 31 de julho. A polícia abordou a mulher no momento em que ela saía de casa, na Travessa Hermenegildo Gasparini, no bairro Tatuquara, em Curitiba. Em depoimento na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), ela confessou o crime, que aconteceu na residência onde as duas moravam.
Na ocasião, Laurinda Aparecida Mesquita da Silva foi encontrada morta com sinais de estrangulamento. Inicialmente, o caso chegou para a polícia como um latrocínio (roubo seguido de morte), já que um celular e uma corrente dourada que a vítima usava foram levados pelo autor.
Segundo o delegado Emmanoel David, da DFR, assim que as investigações começaram, os indícios de que o crime se tratava de um homicídio ficaram mais fortes. “Diversas pessoas nos trouxeram circunstâncias diferentes, que nos levaram a suspeitar da neta. Também percebemos que o autor não roubou nenhum aparelho eletrônico, o que não é comum em um latrocínio, apenas uma corrente bem específica da vítima, que tinha um santinho”, disse ele em entrevista à Banda B.
Além disso, os vizinhos relataram que não ouviram nenhum tipo de briga ou discussão, que poderia ter ocorrido se fosse um latrocínio, e não havia sinais de arrombamento na residência. “A jovem foi a única que viu a avó momentos antes e depois da morte”, completou o delegado.
Compras suspeitas
Outro detalhe que chamou a atenção dos investigadores foi o fato do cartão de crédito da idosa apresentar valores exorbitantes em bens que não condiziam com a vida dela, como gastos com gasolina – sendo que ela não tinha carro -, cigarro, e um celular para a neta.
Posteriormente, a polícia descobriu que as compras teriam sido feitas pela suspeita após o crime. “Familiares ainda nos disseram que, depois que ficaram sabendo de todas essas contas, a jovem começou a ter um comportamento estranho e tentou se matar. Diante de todos esses indícios, a Justiça decretou a prisão temporária dela. Na delegacia, ela confessou que contratou um homem por R$ 3 mil para matar a avó. Relatou que deixou o autor entrar em casa e forneceu até luvas para que ele não deixasse impressões digitais”, afirmou.
Para o delegado, está claro que a motivação do homicídio foi financeira. “A neta comentou que sabia que a avó tinha várias joias escondidas em um fundo falso no armário. Ela inclusive falou para o executor que parte do pagamento dele seria feito com as peças. O colar roubado no dia do crime foi encontrado na bolsa da suspeita pela mãe dela”.
A jovem não possui antecedentes criminais. Ela deve permanecer presa por pelo menos 30 dias, pelo crime de homicídio. Os policiais continuam os trabalhos para localizar o assassino e concluir o inquérito.
Fonte: Banda B – 30/08/2018