
Nesta segunda-feira, que deveria ser o primeiro dia de aula para 950 mil alunos da rede estadual de ensino, não houve aulas. Em greve por tempo indeterminado aprovada neste fim de semana, os professores e educadores estarão à frente das 2.100 escolas estaduais do Estado para recepcionar aos pais e alunos. Eles farão o comunicado da paralisação dos trabalhos nos três períodos e distribuirão uma Carta à Comunidade, explicando os motivos da greve, segundo a APP-Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná.
Após a recepção dos pais e alunos, os trabalhadores das instituições de Curitiba se dirigirão para a frente da Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico. Eles participarão de uma audiência pública promovida pelo deputado estadual Professor Lemos, marcada para as 9 horas. O objetivo do debate é esclarecer o impacto das medidas adotadas nas aposentadorias dos servidores do Estado pelo governador Beto Richa, chamada de “pacotaço de maldades”.
O diretor de comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues, explicou que a greve foi definida por causa dos cortes promovidos pelo governo do estado associadas a proposta de acabar com direitos dos professores. A assembleia que aprovou a paralisação foi realizada em Guarapuava, na região Centro-Sul do Estado, e contou com a presença de 5.000 professores, segundo contabilidade da APP-Sindicato.
De acordo com o sindicato, os educadores entendem que a atual gestão implantou desmantelou as escolas. O desmonte é resultado da falta de repasses aos estabelecimentos de ensino, demissão de profissionais, redução do número de turmas, aumento do número de alunos nas salas de aula, atrasos e falta de pagamentos de benefícios dos trabalhadores, eliminação de programas e projetos educacionais.
Em nota, a Secretaria da Educação lamentou a decisão pela greve dos professores e lembrou que, nos últimos quatro anos, a categoria recebeu 60% de reajuste salarial e a ampliação de 75% na hora-atividade, dois avanços históricos em vencimentos e benefícios. Ainda segundo o governo, em 2014, os investimentos do Paraná no setor superaram em R$ 1,8 bilhão o mínimo constitucional e o Estado aplicou na área 35% do orçamento.