Paraná

Técnico de impermeabilização diz que moradora sabia dos riscos e mesmo assim acendeu fogão

O técnico de impermeabilização da empresa Impeseg, Caio Santos, prestou depoimento à polícia na manhã desta quinta-feira (18) e apresentou uma versão diferente sobre o que teria acontecido dentro do apartamento que explodiu no bairro Água Verde, em Curitiba. Contrariando o casal dono do apartamento, ele afirma que fez todas as orientações necessárias de segurança, mas que mesmo assim a jovem Raquel Lamb, de 23 anos, optou por acender o fogão no local. Para a defesa de Raquel, Caio está mentindo.

Em entrevista coletiva concedida no início da tarde, o delegado Adriano Chofi confirmou que o depoimento foi contrário ao que todos os outros funcionários disseram e que recebe com estranheza a fala. “A princípio, ele diz que teria passado todas as informações de segurança e que acredita que os procedimentos não foram cumpridos por alguém da residência, provavelmente a mulher [Raquel Lamb]. Conforme o depoimento, Caio recebeu o treinamento do José [Roberto Porto Correa] e que sabia dos riscos de se acender uma chama e de não se abrir as janelas. Questionamos ainda sobra a fiscalização do local e afirmou que não era obrigação dele e sim dos proprietários. De qualquer forma, é muito estranho o proprietário de um apartamento acionar o fogão, sabendo dos riscos para sua família”, disse o delegado.

Para a advogada de Raquel, Rafaela Munhoz da Rocha Lacerda, Caio mentiu em depoimento. “A gente ficou surpreso, é um choque, mas evidentemente que ele tira dele. O fato dele ter mudado de advogado já era um indício de mudança de estratégia, que não acho inteligente nem para ele. Se ele sabia dos riscos, não avisou e precisa responder tanto como os donos da empresa. Eu acho um absurdo o depoimento e tenho certeza que ele está mentindo”, afirmou.

Troca de advogado

Ainda pela manhã, a nossa redação teve a confirmação de troca na defesa do Caio. Os defensores Mauricio Zampieri e Leandro Veloso foram substituídos por outro advogado na véspera do depoimento por decisão do técnico. O motivo da troca não foi informado.

A expectativa é que Caio justamente não assumisse ter sido o responsável por alguma eventual falha que tenha provocado a explosão. Em áudio enviado por Caio ao seus advogados, dias após a tragédia, ele apontava nesta direção. “Vi as entrevistas e reportagens e pode ficar tranquilo doutor. Pode montar a defesa e é o seguinte doutor: eu não tinha ciência de nada mesmo. Pô, palhaçada… estão querendo me incriminar… agora não consigo falar direito doutor, mas quando estiver apto chamo pra gente conversar”, disse Caio em áudio que a reportagem teve acesso, de dentro do hospital.

O delegado Chofi afirmou que esse áudio será verificado. “Ele afirma que não se lembra desse áudio, mas na existência, é uma contradição”, concluiu.

Laudo

Com o depoimento dos envolvidos na explosão, a Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) agora aguarda a conclusão do laudo para encerrar o inquérito policial. Segundo o delegado Chofi, as falas agora estão bastante controvertidas, mas que a polícia está próxima de formar uma convicção. “Nossa linha é a de que há crime, mas queremos ver se com dolo eventual ou culpa”, concluiu.

 

 

Banda B

 

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Aécio Novitski

Idealizador do Site Araucária no Ar, Jornalista (MTB 0009108-PR), Repórter Cinematográfico e Fotógrafico licenciado pelo Sindijor e Fenaj sobre o número 009108 TRT-PR

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